Jornalismo
31-03-2016

Helena Garrido. “Nunca como hoje foi tão difícil fazer jornalismo”

É da reflexão, do pensamento e do debate que nasce a luz. Por isso, seria bom que os jornalistas portugueses refletissem e pensassem mais sobre o exercício da profissão. Destaco uma pequena reflexão sobre o jornalismo contemporâneo, da autoria da jornalista Helena Garrido, no editorial de despedida do cargo de diretora do "Jornal de Negócios", um dos dois jornais impressos especializados em economia existentes em Portugal, após o encerramento da edição em papel do "Diário Económico". O outro título é a "Vida Económica", um semanário com sede no Porto e, curiosamente, o jornal económico impresso mais lido em Portugal. O jornalista Raul Vaz, último diretor do "Diário Económico", é o novo diretor do "Jornal de Negócios", título que é propriedade da Cofina.

“(…) Não é segredo para ninguém. Os ‘media’ enfrentam desafios que exigem uma dedicação enorme dos jornalistas. Em Portugal, esses desafios são aumentados pela falta de regulação e por um Estado que está em todo o lado. São todos estes obstáculos que a equipa do ‘Jornal de Negócios’ vence, todos os dias, num espírito de serviço público, mostrando aos leitores que a informação tem valor porque é feita por jornalistas, que não escrevem a primeira coisa que lhes contam, que validam a informação.

Na era das redes sociais em que todos podem escrever tudo, é a nós jornalistas que cabe o papel de separar o trigo do joio. Nunca como hoje a informação rigorosa, independente e livre foi tão importante. Mas também nunca como hoje foi tão difícil de fazer. Nunca como hoje a informação que importa, livre e independente, exigiu tanta dedicação, tanto espírito de serviço público. (…)”

Helena Garrido, no editorial de despedida da direção do “Jornal de Negócios”, jornal português especializado em economia, 29-03-2016. Link: http://goo.gl/FE97XL.
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