Playboy Rita Pereira
Imprensa
10-09-2012

A "Playboy" portuguesa é uma burla editorial

LUÍS PAULO RODRIGUES

A “Playboy” é uma marca conhecida por ser o título de uma revista de mulheres que mostram o corpo sem roupa e sem preconceitos. É assim que funciona em todo o lado o produto editorial erótico fundado em 1953 pelo norte-americano Hug Hefner, atualmente com 86 anos. É assim que conhecemos a "Playboy", menos em Portugal, onde as mulheres famosas que dão o corpo à capa da edição portuguesa da revista não mostram o sexo, nem sequer as mamas, a não ser que essas partes íntimas sejam disfarçadas pelo milagroso programa de tratamento de imagem Photoshop, num exercício de falsificação do corpo feminino.

No fundo, as estrelas portuguesas são mulheres com muito pudor. E não vão além da provocação saloia. Rita Pereira, por exemplo, mostrou-se mais com o célebre decote que levou à cerimónia dos Emmys Internacionais, fazendo furor nos EUA (ver vídeo aqui), do que no número de lançamento da série atual da revista "Playboy".

A edição portuguesa da "Playboy" é, portanto, uma burla editorial, pois exibe mulheres que só fazem de conta que mostram o corpo, e ainda levam dinheiro por isso. E algumas delas até mostram menos corpo nas páginas da revista do que nas telenovelas ou nas cerimónias em que participam.

O que é extraordinário é que essas produções fotográficas da treta são notícia em todo o lado, em forma de promoção da revista nas páginas de "infotainment" (expressão que designa as mensagens mediáticas que integram elementos de caráter jornalístico e de caráter de entretenimento) que inundam agora toda a imprensa. Outra burla. Neste caso, jornalística. Isto para não falar nos textos da "Playboy" portuguesa, que, embora uma ou outra exceção, são igualmente muito básicos.

Uma revista assim, em que as mulheres nuas aparecem vestidas, está condenada ao fracasso. É uma questão de tempo.
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