As redes socias e as notícias falsas
Internet
02-03-2018

As redes sociais e as notícias falsas

"As redes sociais estão em parte a ser alvo de fortes críticas pela sua capacidade de manipularem a opinião pública através de conteúdos falsos disfarçados de notícias", escreve a jornalista Liliana Borges, no jornal "Público" (ver aqui: goo.gl/Er6CUv).

É um problema de iliteracia digital e mediática, como escrevo no meu livro "Comunicação  Riscos e Oportunidades" (Media XXI, 2016, goo.gl/1wCWbY), o qual só pode ser resolvido com educação, educação e educação, havendo nisso forte responsabilidade do poder político de cada país.

A verdade é que até o Facebook não sabe muito bem o que fazer para combater o fenómeno das notícias falsas, como demonstram as últimas experiências da rede social inventada por Mark Zuckerberg.

Se vivemos todos conectados em rede, imersos numa sociedade sem fronteiras em que todos comunicam com todos à escala global, impõe-se, por isso, nas escolas de todo o mundo, uma aposta determinada no ensino da educação mediática ("educação para os media", antes da Internet), tendo em vista preparar os cidadãos para a realidade complexa em que vivem, tornando-os esclarecidos e conscientes quer seja na sua relação com o poder político, no mundo dos negócios digitais ou na vida quotidiana.

No passado, a iliteracia não se notava muito porque era preciso ir ao quiosque e pagar para ler o jornal ou a revista. A televisão, com escassas opções de canais, era consumida de forma passiva. Mas hoje, com os telemóveis baratos e praticamente indispensáveis, a informação está disponível a todos, chegando até nós sem pedir licença em doses gigantescas. A informação e, também, a desinformação...

Ora, só a educação pode ajudar a formar cidadãos melhores que saibam consumir informação sabendo distinguir entre fontes falsas e fontes verdadeiras. Só a educação pode ajudar a distinguir a capacidade manipuladora de um texto, um som ou uma imagem.

É por isso que, num futuro cada vez mais próximo, uma nova profissão irá emergir para dar a emprego a pessoas que filtrem a informação que o cliente deve ler.

Até agora, só era necessário ter uma assessoria para emitir a informação e as mensagens do político, da marca ou da organização. No passado eram poucos a fazê-lo. Agora, todos têm de produzir e emitir a sua própria informação.

O que se verifica é que essa produção em quantidades gigantescas está a causar problemas na receção, por causa do excesso de informação e da necessidade de filtrar o que interessa, ignorando o que não interessa ou que é falso.
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