Comunicação Turística
11-12-2016
A importância da verdade na comunicação de um território
LUÍS PAULO RODRIGUESApesar do fenómeno tão atual das notícias falsas espalhadas na Internet por humanos e robôs e repassadas por meios de comunicação tradicionais, que acreditaram na veracidade dessas notícias e não confirmaram as informações juntos das fontes, como aconteceu na última campanha eleitoral para as Presidenciais norte-americanas, a verdade é que continuo a considerar que as redes sociais são o palco da verdade e da transparência, onde cidadãos, empresas, marcas e organizações podem comunicar diretamente com os seus públicos de interesse.
Não obstante a Internet permitir uma enorme capacidade difusora dos conteúdos, sejam eles verdadeiros ou falsos, a verdade é que a mentira, mesmo na Internet, tem perna curta. Aliás, tem a perna ainda mais curta. Desde que as pessoas que navegam na rede saibam interpretar aquilo que estão a ver e confiram a origem das informações.
Políticos, empresas ou organizações sem escrúpulos sempre houve ao longo da história, a diferença é que agora têm o Facebook ou o Twitter para divulgar as suas mentiras, conseguindo com facilidade uma difusão em grande escala.
Vem esta pequena introdução a propósito da importância da verdade na comunicação turística de uma cidade, uma região ou um país. Julgo importante começar por sublinhar que comunicar uma boa imagem de uma cidade, uma região ou um país é muito mais do que encontrar um bom slogan para identificar o espaço territorial a comunicar.
Uma frase bem achada até pode chamar a atenção da maioria das pessoas para determinado destino turístico, mas será incapaz de realizar todo um trabalho de comunicação e de marketing necessário para a obtenção de ganhos de imagem.
Numa frase tão simples e tão curta, como deve ser um bom slogan, podemos posicionar um destino na mente do público-alvo, mas é impossível transmitirmos a dimensão multidimensional desse território.
Para ser bem-sucedida e destacar-se na esfera pública mediática, o que significa destacar-se na mente das pessoas, as características de um destino turístico têm de ser transmitidos de diversas maneiras e distribuídas por diversos meios e plataformas à disposição dos agentes de comunicação, marketing e relações públicas.
Tal como acontece com um produto de supermercado, a imagem de uma localidade tem de ser verdadeira, para que as pessoas acreditem e tenham confiança nela. Por outras palavras, a letra tem de condizer com a careta.
Não adianta nada uma cidade posicionar-se no espaço público, através da sua comunicação, prometendo ser um destino que, depois, o turista não consegue vislumbrar nem experienciar na sua visita a essa cidade. Nesse caso, a frustração dos turistas resultará em prejuízos irreparáveis para a gestão turística da cidade.
Porque as pessoas tendem a gostar daquilo que é genuíno e verdadeiro e não gostam nada de ser enganadas. Vivemos na era da comunicação, o que significa mais verdade e mais transparência, por oposição a um passado de opacidade, em que a informação não ia ao encontro das pessoas e não se comprometia como agora. Por isso, a verdade é uma qualidade basilar na comunicação turística e territorial de cidades, regiões e países.
